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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Tragédia em Santa Maria, Rio Grande do Sul

Bem, como todos vocês sabem o dia de ontem será marcado na vida de muitas pessoas e do Brasil inteiro. A tragédia na boate Kiss, em Santa Maria, RS, foi um episódio extremamente lamentável, lastimável e horroroso que aconteceu. Muitas famílias choram hoje por prevenções que podiam ser feitas, por precauções que deveriam ser tomadas e por pessoas que muitas vezes não cumprem suas tarefas como deveriam cumprir, mas a revolta não é grande demais para todo esse sofrimento. Um sofrimento tão grande que a única coisa que sentimos é apenas o gosto salgado das lágrimas descendo. 

Eu gostaria de pedir para quem mora ai no Rio Grande do Sul, ou por perto, se você que mora nessa região e quer ajudar, ajude. Doe sangue. Se você é psicólogo, psiquiatra, médico, existem muitas pessoas precisando de vocês nesse momento. Gostaria de pedir também, para aqueles que não podem ajudar com a sua presença, que tentem ajudar com o seu apoio, com toda essa solidariedade que Santa Maria está recebendo agora, não somente do Brasil, mas praticamente de toda América. Que esqueçamos um pouco da nossa dor nesse momento para lembrar daquela que hoje é maior que a nossa.

Finalizo aqui com um texto de Jason Stone, sobre morrer jovem e espero que reflitam.


Morrer jovem é muito esquisito. É de uma ironia sem graça. De um espanto em que não cabem argumentos. Morrer jovem é muito estranho. Mesmo porque juventude é coisa relativa, num mundo em que Einstein já não está aqui para explicar.

Morrer jovem é como interromper uma música. É como cortar um filme ao meio, rasgar as páginas de um livro pra não se saber o final. É roubar de cena um ator em seu momento mais fantástico, em seu grande ato, sua cena mais brilhante. Porque morrer jovem é injusto. Injusto com as leis da natureza. Injusto com os que partem. Muito mais injusto com os que ficam. Pois saudade é morte lenta, passo-a-passo, emudecida, olhos cerrados, quase sem respirar.

Quem morre jovem não tem o que dizer. Vai calado, sem dizer palavra, num silêncio intrigante. Não tem quase história pra contar, não tem quase passado, não terá futuro. Quem morre jovem, seja qual for a forma, tem morte súbita. Porque é de repente se morrer jovem. Fica aquela sensação de poder ter feito mais. Poder ter dito mais. Aquela frustração de quem perdeu o jogo de sua vida.

Morrer jovem é contabilizar ao contrário. É descontar, é subtrair somente. É contar os abraços que deixou de abraçar, os beijos que não deu, as obras que não realizou, os sonhos que não viveu, a formatura que não aconteceu, o carro que queria e não veio, a namorada que amava demais da conta e que não deu conta de que você se foi. Morrer jovem é mais triste, porque a velhice é o que se espera e a juventude apenas vai acontecendo e a gente sempre se achando bem, se sentindo forte, audaz, capaz, feliz. Quando se morre jovem, se desdiz tudo o que tinha de haver. É a contramão da história. A volta de uma viagem que nem sequer chegou a existir.

Morrer jovem é não ter tempo. Não conseguir conhecer a beleza, não dar satisfação, não explicar, não dar até logo, ir direto ao adeus. Morrer jovem é mal educado, é nem pedir licença para levantar e sair. Morrer jovem é não aparecer no compromisso, é marcar a reunião e não ir. É fazer todo mundo de bobo. Dar um drible nos amigos, nos parentes, no cachorro. Morrer jovem é faltar a tudo que estava na agenda e se perdeu no ar. Morrer jovem é deixar para trás. É uma ida sem volta. Uma deslealdade. É ir a uma guerra e nunca mais voltar. É esperar por quem não vem. Morrer jovem é uma traição da vida em conluio com a morte. É uma armação para desesperar mães. É um desafio. Um fustigo. Morrer jovem é um deboche abominável.
 

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