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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Superações

Bem, para começar, vou apresentar para vocês, alguns casos de superação. A baixo depoimento de pessoas que sofreram um dia e com muita luta, hoje estão bem e felizes.

"Bom, o meu problema, de verdade, começou ha uns 8 anos atrás, quando eu tinha apenas 10 anos. Eu e minha família morávamos em uma cidade pequena do interior e nós eramos o tipo de familia perfeita. Meu pai trabalhava, minha mae ficava em casa para tomar conta de mim, eu fazia ballet, coral, natação, ginastica ritimica, ganhava presentes quase todos os dias... Eu era a princesinha da família, só tinha do bom e do melhor.

Porem a minha vida mudou completamente quando meu pai perdeu seu emprego. Fomos obrigados a voltar para São Paulo, perdemos tudo. Minha mãe e meu pai passaram a trabalhar e eu a ficar sozinha em casa, tendo que me virar. O clima da minha casa mudou drasticamente, passamos da familia perfeita para a pior familia do mundo. Meus pais brigavam todos os dias e eu fazia o possivel para conciliar no que eu podia.


Minha mae entrou em depressão, daquelas bem profundas. Ela so levantava da cama pra trabalhar e do trabalho ela voltava pra cama. Meu pai, por causa do nervoso passado, teve um processo que acelerou sua doença - Esclerose Multipla - e ele passou a mancar muito e ter dificuldade para andar. Eu dediquei meu tempo a cuidar dos dois como eu podia. Eu abri mão de tudo o que eu tinha, de tudo o que eu era por eles. Meu unico e maior medo era que eles se separassem e eu ficassem sem familia.


Meu avo, o meu segundo pai, adoeceu, passou muito tempo no hospital e veio a falecer. As coisas a minha volta só me puxavam para baixo, eu nao tinha mais onde me apoiar. Então eu encontrei uma amiga : a comida. Eu comia, comia e comia. Eu só tinha 12 anos, cara e já estava passando por tudo isso. Conclusão: engordei demais.
 Pra mim nao fazia diferença, eu nunca fui encanada com o meu corpo. Mas então começaram as brincadeiras na escola. Os meninos me xingando, fazendo pouco de mim. Eu tentei várias dietas mas nenhuma deu certo.

Foi então que, em umas férias de verão, eu passei muito mal e fiquei muito tempo se me alimentar corretamente. Eu imagreci. Desse dia para frente eu descobri que eu podia ficar sem comer. Mas eu ainda nao tinha desenvolvido anorexia - ana como nós, doentes, chamamos.

A gota d'agua pra mim foi quando meus pai se separaram. Nunca, em toda a minha vida, eu fiquei mais triste. Eu nao suportava ver minhas coisas saindo da minha casa, indo para outra casa que não seria da minh familia, seria apenas minha e da minha mãe. Eu fiquei desolada. Foram noites e noites chorando antes de dormir.


Meu pai logo arranjou outra mulher, uma namorada de infancia dele e ele se esqueceu de mim. Quando eu fiz quinze anos ele foi valsar comigo na minha festa - Claro que ele so deu alguns passos por causa da sua dificuldade para andar. Porem ele apenas chegou na hora da valsa, dançou comigo e foi embora.


Eu nunca me senti tão sozinha em toda a minha vida. Eu não sabia a quem recorrer. Então eu parei de comer. Não sentia vontade, não queria... Eu só queria beber agua e chorar. Era apenas isso o que eu fazia. Por meio de sites na internet eu comecei a entender melhor o que estava acontecendo comigo, eu comecei a desenvolver anorexia. A sensação de passar fome me fazia bem , me deixava forte. Provava pra mim mesma que eu podia fazer coisas que outras pessoas nao podiam. Onde já se viu alguém passar 5 dias só bebendo agua e gatorade? Eu me sentia especial de alguma maneira, a ana me fez forte numa coisa que eu achei que nao podia ser.


 O resultado era instantaneo, calças que antes eram apertadas agoram sobravam, eu tive que usar cinto pra caber em minhas calças. Mas... e se eu comesse? O que aconteceria? Eu não podia deixar isso acontecer! Eu nao podia voltar a ser aquela gorda ridicula de novo - nao que eu estivesse no peso ideal, mas... - então eu comecei a vomitar todas as vezes que eu comia. Eu vomitava e depois me cortava como forma de 'castigo' pra mim mesma.
Descobri que me cortar me acalmava. Quando eu estava chorando muito e me cortava a dor instantaneamente ia embora. Eu conseguia dormir quando eu me cortava. Entao passei a fazer isso tbm. Meu pulso tem várias cicatrizes hoje por conta disso.


Quando fiz 16 anos meu pai nao apareceu na minha festa. Disse que nao queria ir por que nao queria encarar a minha familia.

Eu o achava um tremendo de um egoista pois eu abri mão de tudo por ele e pela minha mãe e eles nao fizeram um esforço para me ver feliz. E foi nessa época que começaram as ideias de suicidio. Eu levava uma tesoura para o banheiro e ficava olhando-a do box. Pensando se eu teria ou não a coragem de sentar no chão, deixar a agua cair e cortar os meus pulsos. Eu tentei. Várias vezes. Escrevi até uma carta de adeus. Mas toda vez que eu ia me matar, eu pensava na minha familia, nos meus amigos e não conseguia.

Resolvi então que era a hora de procurar ajuda. Encontrei muita ajuda na internet, de pessoas que já haviam superado o meu problema e que estavam dispostos a ajudar quem precisasse. E falei com as minhas amigas que me abraçaram e disseram que ficariam do meu lado. E ficaram." 

Lilith

Um comentário:

  1. realmente, não tem como não se comover, eu imagino, faço idéia da amargura e tristeza que se passou, mas infelizmente todos temos que ''apanhar'' da vida de algum jeito.
    Parabéns pela superação.

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